Aprendi com minhas experiências anteriores que o conhecimento só tem significado quando as pessoas ao meu redor podem se beneficiar dele.
O conhecimento literalmente liberta. Viver sem ele é viver preso nas amarras da ignorância, perdendo-se constantemente em um labirinto de " incertezas ". Carregar consigo o conhecimento sem compartilhá-lo, escondendo-o daqueles que precisam, é um crime hediondo e " inafiançável ", ao meu ver, segundo as leis da filosofia, que ensina a solidarizar-se com os que vagam sem direção, dando de " comer " do conhecimento, àqueles que estão desnutridos do saber.
Pela Teoria do Conhecimento na Antiguidade, podemos perceber que os filósofos gregos deixaram algumas contribuições para a construção da noção de conhecimento:
a. Estabeleceram a diferença entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual
b. Estabeleceram diferença entre aparência e essência.
c. Estabeleceram diferença entre opinião e saber
d. Estabeleceram regras da lógica pra se chegar à verdade
Quantas e quantas vezes nos perdemos entre os 2 extremos: aparência e essência, opinião e saber...
Enfim, vemos em muitas pessoas a exposição de um saber baseado apenas no que " ouviu falar ", " crendices ", e várias outras " ices ", e nessa vã maneira de viver destróem sua reputação, seu caráter, perguntando-se após várias topadas no caminho " o que aconteceu ? ", " por que sou tão derrotado ? ". A resposta pra todas as mazelas vividas por essas pessoas está no conhecimento.
Abaixo exporei uma tabela que mostra formas de conhecermos o mundo:
Modos de Conhecer o Mundo | Critérios de verdade | Objetivação | Metodologia | Relação sujeito-Objeto |
1. O Mito | A Fé | Dogmatismo - Doutrinamento e Proselitismo | A experiência pessoal | Relação Suprapessoal, onde a Revelação do Sagrado se manifesta (revela) sobrenaturalmente ao profano através do rito (Dramatização do mito, ou seja, da liturgia religiosa). |
2. A Filosofia | A razão | A razão discursiva. | A dialética (O discurso) | Relação transpessoal onde a palavra diz as coisas. O mundo se manifesta pelos fenômenos e é dizível através do logos. |
3. O Senso Comum | A cultura ética e moral | A Tradição cultural | As crenças silenciosas (Ideologias) | Relação interpessoal, onde a ideologia estabelecida pelas idéias dominantes e pelos poderes estabelecidos. |
4. A Arte | A estética | Esteticismo = A subjetividade do artista e do contemplador (observador) da arte. | O gosto | Relação pessoal, onde a criatividade e a percepção da realidade do autor e a interpretação e sensibilidade do observador. |
5. A Ciência | A experimentação | Objetividade -Comprovação de uma determinada tese de modo objetivo | A observação | Relação "impessoal", A isenção do cientista diante de sua pesquisa: O mito da neutralidade científica. |
fonte: *http://www.mundodosfilosofos.com.br/
Estas 5 formas nos direcionam ao topo da montanha, o cume onde está depositado nosso tesouro. E é o conhecimento que nos faz distinguir durante nossa caminhada o que é e o que não é conveniente fazer para alcançarmos nossa meta.
Vou lhes contar uma parabóla sobre o conhecimento:
A decisão estava muito difícil, porque os três eram inteligentes e muito corajosos.
Além disso, eles eram trigêmeos, e o rei não encontrava uma forma de fazer a escolha.
Então, procurou um sábio, que lhe deu uma idéia.
O rei foi para casa, chamou os três filhos, deu a cada um deles um pacote com sementes e avisou que partiria para uma peregrinação religiosa:
- Eu ficarei viajando durante um ou dois anos, talvez mais. Vocês terão de me devolver estas sementes quando eu retornar. E aquele que cuidar melhor delas será escolhido o meu sucessor!”
O primeiro filho pensou:
- O que eu deveria fazer com estas sementes?
E então trancou as sementes em um cofre, raciocinando que , quando o pai voltasse, ele devolveria as sementes como as havia recebido.
O segundo filho pensou:
- Se eu trancar as sementes, como meu irmão fez, elas morrerão. E sementes mortas não são mais sementes.
Assim ele foi ao mercado, vendeu as sementes e guardou o dinheiro.
- Quando meu pai voltar vou ao mercado e compro sementes novas e melhores do que as que ele me deu - planejou.
O terceiro filho foi ao jardim e atirou as sementes por todos os lugares.
Quando o pai voltou, três anos depois, o primeiro filho abriu o cofre.
As sementes estavam mortas, secas.
O pai perguntou:
- São as sementes que dei a você? Elas tinham a possibilidade de desabrochar, transformar-se em flores e dar um delicioso perfume, mas agora estão mortas.
O segundo filho correu ao mercado, comprou as sementes, voltou e deu-as ao pai.
- A sua idéia foi melhor, mas você não criou nada de especial - afirmou o rei.
Então, perguntou ao terceiro filho;
- E você o que fez com suas sementes?
O rapaz se levantou e convidou o pai para irem até o jardim, ao chegarem lá, o pai se deparou com uma centena de plantas crescendo e flores se abrindo por todos os cantos.
E o filho explicou todo constrangido, imaginando que teria feito tudo errado.
- São as sementes que você me deu.
O pai então o abraçou e disse:
- Você é o meu sucessor. Essa é a maneira correta de proceder com as riquezas.
Estamos vivendo a era do conhecimento e da informação e o conhecimento é como as flores, não pode ser guardado no cofre. Para florescer e gerar novos conhecimentos precisa ser cultivado e distribuído.
Buscar o conhecimento se especializando, pesquisando, entendendo o mundo a sua volta através da leitura ( revistas, livros, jornais, artigos científicos ) fará que você esteja mais apto a enfrentar os desafios da vida. Distribuindo ao redor o conhecimento fará com que as pessoas por tabela se inspirem a procurar o conhecimento e a mudar suas vidas.
Conhecimento adquirido, mas enterrado em um cofre dentro de mim, será como as sementes do primeiro filho do rei: sem utilidade e infrutíferas
Cogito, ergo sum ( Penso, logo existo )
René Descartes
E TENHO DITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!
* site criado por Prof. Vanderlei de Barros Rosas - Professor de Filosofia e Teologia. Bacharel e Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Bacharel em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil; Pós-graduado em Missiologia pelo Centro Evangélico de Missões; Pós-graduado em educação religiosa pelo Instituto Batista de Educação religiosa.